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segunda-feira, 25 de julho de 2011

ETAPAS DO DESENHO INFANTIL

Etapas gráficas



    Vários estudiosos observaram e procuraram identificar e descrever as etapas gráficas do desenvolvimento do desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e Lowenfeld.
    Luquet, por exemplo, dividiu as etapas gráficas em Realismo Fortuito, Realismo Falhado e Realismo intelectual e realismo visual.
no Realismo Fortuito, a criança começa a fazer traços sem qualquer objetivo (não há intenção para uma representação gráfica), mesmo sabendo que os traços realizados por outrem podem querer determinar um objeto determinado e representa-lo efetivamente, a criança não considera a idéia de também possuir a mesma habilidade.É nesta fase também que podemos identificar as famosas "garatujas", e de acordo com as definições de Piaget, este é o período sensório-motor.

    A princípio, para a criança, o desenho não é um traçado executado para fazer uma imagem mas um traçado executado simplesmente para fazer linhas. (Luquet, 1969 pg.145)
    Em certo ponto, a criança produzirá mesmo acidentalmente uma parecença não procurada. A partir daí ela passará por uma série de transições até adquirir a totalidade das faculdades gráficas (intenção, execução e a interpretação correspondente à intenção) chegando consequentemente ao realismo intencional.

desenho feito por V. ( 3 anos)

    A Segunda Fase descrita por Luquet é o Realismo Falhado; quando a criança chega ao desenho propriamente dito, quer ser realista mas a sua intenção choca-se com obstáculos gráficos e psíquicos, que dificultam a sua manifestação. São exemplos de obstáculos a incapacidade para dirigir seus movimentos gráficos, o caráter limitado e descontínuo da atenção infantil e principalmente a incapacidade sintética – quando a criança não chega a sintetizar num conjunto coerente os diferentes pormenores que desenha com a preocupação exclusiva de os representar cada um por si.

    A terceira fase, é a do realismo intelectual, onde a criança pretende deliberadamente reproduzir do objeto representado não só o que se pode ver mas tudo o que ali existe e dar a cada um dos elementos a sua forma exemplar.

              
 (desenhos de V. com 8 anos) "mamâe que joga capoeira"                                                "mamãe lutando e ouvindo a torcida"

Desenho de V. com 8 anos " colorado indo para o Japão"

       Enfim, aos quatro anos, a criança chega ao realismo visual cuja principal manifestação é a submissão mais ou menos infeliz na execução à perspectiva. (Luquet, Pg.212)
    De acordo com Piaget, é neste ponto que a criança se encontra no estágio pré-esquemático, que inicia-se por volta dos 4 anos e se estende até os 7 anos mais ou menos. Após esta fase a criança com idade entre 7 e 9 anos entra no estágio esquemático, e após os 9 anos passa para o estágio do realismo nascente, vale ressaltar que estes estágios compreendidos entre os 7 e 11 anos estão dentro do período das operações concretas.

    É claro que estes estágios não são estáticos, imutáveis, existem crianças que pulam alguns estágios de desenvolvimento, e existe crianças que param de se desenvolver devido a vários fatores que influenciam em sua vida, como família, situação social e econômica,disturbios psicológicos e gosto particular.


POR QUE PARAMOS DE DESENHAR ????????

    A medida que a criança cresce, desenvolve seu espírito crítico em relação aos seus trabalhos. Muitas vezes essa consciência crítica supera seu desejo de expressar-se criativamente; principalmente nos casos em que a criança passa com rapidez da infância para a adolescência em um prazo demasiado curto, não podendo ajustar-se com suficiente brevidade à sua nova consciência crítica e ficando assim, insatisfeita com suas realizações. Acha tudo “infantil e mal feito”.


  Quando isto sucede com muita frequência e nada se faz para remediar, a criança perde interesse pela arte e suspende completamente, as suas atividades artísticas. Já não pode desenhar coisa alguma, porque devido à sua repentina “tomada de consciência” crítica passa a perceber a pobreza dos seus meios infantis de expressão. Seus desenhos lhe parecem até ridículos, da mesma maneira como certos folguedos infantis, por exemplo, o “esconde-esconde”, lhe parecem indignos da sua atual “maturidade”.(Lowenfeld, 203).

    Também Luquet exemplifica como se dá o abandono da criança pela atividade do desenho. Conforme sua teoria, esse desinteresse é produzido na idade em que a criança chega à concepção do realismo visual – com a sua conseqüência fundamental: a perspectiva; os desenhos que executava anteriormente de acordo com o realismo intelectual já não satisfazem o seu espírito crítico desenvolvido, e sente-se incapaz de fazer desenhos como quereria fazer.

    Porém Luquet em sua obra “O Desenho Infantil”, além de exemplificar como se dá o abandono do interesse do ato de desenhar pela criança, também propõe sugestões de como evitar esse abandono. Conforme Luquet, o ensino do desenho deve visar não a acelerar artificialmente a evolução espontânea do desenho, a fazer desenhar em realismo visual quando a criança ainda quer desenhar em realismo intelectual, mas por a criança em estado de desenhar convenientemente em realismo visual quando tenha esta intenção.


    Isso deve ser feito preferencialmente ensinando os principais efeitos da perspectiva, mostrando-lhes fatos em objetos de seu quotidiano e exercitando o desenho tanto quanto possível ao natural.


    Mas para Luquet, a principal atitude do educador deve ser a de “apagar-se”, deixar a criança desenhar o que quer, propondo-lhe temas sempre que ela necessite e sobretudo quando lhe pede, fazendo sempre com que estas sugestões não soem como imposições e sobretudo DEIXÁ-LA DESENHAR COMO QUER, A SEU MODO.

desenho feito por um jovem em uma aula de histórias em quadrinhos.






















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Método da Abelhinha







































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Livro das digitais







































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