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domingo, 18 de março de 2018

O coelhinho que não era de páscoa

O coelhinho que não era de páscoa

Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo e fofinho.
Todos os dias, Vivinho ia à escola com os seus irmãos.
Aprendia a pular, aprendia a correr...
E aprendia qual a melhor couve para se comer.
Os coelhinhos foram crescendo até que chegou a hora de
escolher uma profissão.
Os irmãos já tinham resolvido:
- Eu vou ser um coelho de Páscoa como o meu pai.
- Eu vou ser um coelho de Páscoa como o meu avô.
- Eu vou ser um coelho de Páscoa como o meu bisavô.
E todos queriam ser coelhos de Páscoa como o bisavô, o
trisavô, como todos os avôs.
Só o Vivinho não dizia nada!
Os pais perguntaram-lhe:
- E tu, Vivinho? Que queres ser?
- Bem – disse o Vivinho -, eu ainda não sei o que quero ser.
Mas sei o que não quero ser: um coelhinho de Páscoa.
O pai do Vivinho espantou-se.
A mãe ficou escandalizada: - OOOOHHHHH!!!
                                      
                         MENINO MULTICOLORIDO

Eu sou um menino multicolorido.

É, eu sou de todas as cores por dentro.Sou misturado. Meu sangue é feito do sangue de muitas raças.
Minha mãe disse que quem tem avós de raças diferentes é mis . . . mis . . . Esqueci! É um nome complicado. Prefiro pensar que sou multicolorido.

Tenho sangue de francês, de negro, de espanhol e de índio. Por fora eu sou branquinho, de cabelo claro. Por dentro, sou europeu, preto, mulato, mestiço. Acho que é por esse motivo que eu gosto tanto dos índios do Brasil. Gosto deles porque eu sou um pedaço índio e porque eles estão deixando de ser índio por inteiro. É que as pessoas brancas aqui do Brasil, já faz tempo, que estão enganando e destruindo eles, os donos da terra.

Eu vi na televisão os índios xavantes em Brasília. Eles estavam querendo que o presidente ajudasse todos eles a não desaparecerem. Fiquei muito aborrecido.


Vai chegar o dia em que não vai ter mais índio no Brasil. Nesse dia, o Brasil vai ficar bem pequenino e não vai mais ser tão bonito, porque quem faz a nação são as pessoas da terra. Nesse dia, eu vou ficar triste para sempre. Sei que vou ficar branquinho de raiva.
Alberto Rodrigues Alves