'SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA,QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM ENSINO. ' (PAULO FREIRE)
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
O CATA-VENTO
CONTO:
O CATA-VENTO
Maria Dinorah
Era uma vez... um pequeno cata-vento multicor, que rodopiava na cerca de um jardim.
O vento soprava pra cá, o cata-vento girava pra cá. O vento soprava pra lá, o cata-vento girava pra lá.
Parecia uma estrela a brilhar nos olhos das crianças.
- Olhe lá, Juca. O cata-vento está maluquinho! Ronca que nem um besouro.
- É mesmo, é bem a risadinha do besouro que ele faz!
A gurizada apurava o ouvido e ficava escutando.
Música de rua, barulhinho de motor ou o que fosse, era a atração daquele recanto, onde uma varinha o sustentava, presa por dois pregos na madeira da cerca.
Os amigos passarinhos gostavam de cantar com o cata-vento. Muitas vezes até parecia uma orquestra; passarinhos e cata-vento somando música em afinada sinfonia.
A cigarra, metida a compositora, improvisava letras. Cantava e cantava.
“Cata-vento, cata-vento,
sobe às nuvens, vem dançar!
Há um pedaço de esperança
Flutuando pelo ar.
Venta, venta, cata-vento,
Cata-vento vem sonhar!”
Mas certo dia houve uma grande tempestade.
Chuva de pedra caindo, pesada. Águas rolando, vento furioso, gurizada presa em casa. Céu escuro. Passarinhos escondidos. Cigarras em silêncio.
E o cata-vento, pobrezinho, arrancado da taquara, foi rolando descolorido e triste pela enxurrada!