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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Psicomotricidade : Brincar para descobrir


Atividades lúdicas ensinam, dizem muito sobre a criança e são uma maneira leve de estimular o autoconhecimento e as descobertas

Por Sâmia Gabriela Teixeira


Objetivos:
Estimular a aprendizagem lúdica
Desenvolver os sentidos
Desenvolver o autoconhecimento



A educação infantil nos
últimos anos tem passado por algumas mudanças e, dentre elas, a de não considerar o desenvolvimento da criança como construções isoladas de caráter cognitivo, motor e afetivo. Fátima Gonçalves, educadora física e especialista em psicomotrocidade, explica que a formação dos pequenos é determinada por essas três áreas e que "perdas e ganhos em qualquer uma delas podem interferir positiva ou negativamente". Dessa forma, não é possível atribuir responsabilidade afetiva apenas à família, desvios biológicos e patológicos apenas à saúde, e da aprendizagem cognitiva somente à escola. A psicomotricidade tem exatamente essa função abrangente e possibilita fazer a leitura do corpo da criança por meio de gestos, agitação ou apatia.

Tipos motores
A pedagoga Vanessa Scaringi explica que "a motricidade fina é a coordenação visiomanual utilizada mais frequentemente, e que engloba a estimulação visual por um objeto até o seu agarre, transporte e manipulação pelas mãos". Já a motricidade global é a capacidade de o indivíduo se descolar, "que compreende o funcionamento global dos mecanismos e movimentos corporais como o andar, correr, pular e dançar, por exemplo".

Benefícios do "movimento linguagem"
As expressões corporais facilitam exprimir sentimentos difíceis de verbalizar e é assim que as crianças agem, por necessidade de comunicação. "Como não é possível que elas utilizem o pensamento simbólico para expor ao mundo suas vontades, seu diálogo é feito basicamente pela movimentação corporal", diz Fátima. Vanessa explica que as atividades psicomotoras permitem às crianças adquirir informações e transformá-las em conhecimento "por meio de estímulos auditivos, visuais, táteis e olfativos ou gustativos, que desenvolvem a atenção, a memória, a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, os esquemas corporais, a organização espacial e temporal, além da coordenação motora global e fina".
Dica de leitura!
Do andar ao escrever - Um caminho psicomotor Nesse livro, a autora Fátima Gonçalves traz à tona a necessidade de estimular o "eu corporal" da criança no ambiente escolar, utilizando-o como ferramenta no processo de aprendizagem. A leitura é boa opção para compreender e praticar atividades que visem o desenvolvimento integral das competências educacionais e da rotina escolar.
Autora: Fátima Gonçalves
Assuntos: comportamento e aprendizagem Editora: Cultural RBL
Preço: R$ 63,90
Onde encontrar: www. livrospedagogicos.com.br

Caixa das sensações
A arte-educadora Simone Faure Bellini sugere uma atividade divertida para que as crianças descubram a sensibilidade tátil.
Materiais:
1 caixa de papelão
Papel color set branco ou cartolina branca
Papel color set nas cores, verde, roxa, amarelo e rosa
Cola branca
Tesoura
1. Corte um círculo de 8 cm de diâmetro no centro da caixa. Forre a caixa com o papel color set branco.
2. Forre as laterais com as outras cores do color set. Com a hidrocor, escreva e pinte “Caixa das sensações”.
3. Dentro da caixa, coloque materiais com texturas diversas, com lixa, papel áspero, papel macio, plástico, pelúcia e peça para que tentem identifi car os materiais ou descrever a sensação de tocá-los.


Objetivos:
Desenvolver noção de espaço e direção
Desenvolver o ritmo e a interação entre os alunos


Movimentar para aprender
A professora e doutora Catia Mary Volp é mestre em Educação Física e atua principalmente com dança, estados de ânimo e dança de salão. Para as crianças, ela sugere uma dança de roda, que possibilita troca de energias. É uma brincadeira estimulante e ainda auxilia no desenvolvimento das noções de direção como esquerda, direita, em cima, embaixo, rápido, lento e da memorização de sequências. O tema musical é "Legal, legal", uma composição de Edinho Paraguassu, de domínio público. Na roda, em pares, após a introdução, inicie os movimentos de acordo com a descrição da letra.
1. "Olá, como vai?". Aperto de mãos com as direitas.
2. "Olá, como vai?". Aperto de mãos com as esquerdas.
3. "Eu vou bem! Eu vou bem!". Aponte para o próprio peito com os dedos polegares.
4. "E você vai bem também!". Aponte para o par com os dedos indicadores.
5. "Legal, legal, legal, legal, legal, legal, legal". Neste momento, que é o refrão, os pares devem girar para a direita com o coleguinha, com os braços direitos entrelaçados. Na repetição do refrão, elas devem irar para a esquerda com os braços esquerdos entrelaçados. A dança recomeça com a troca de pares. No final, elas dão um abraço.


Objetivos:
Desenvolver o equilíbrio
Estimular o raciocínio lógico
Reconhecer o espaço e o corpo


Enfrentando desafios
Fátima Gonçalves sugere a brincadeira da teia elástica, opção com o objetivo de estimular o equilíbrio e a organização do corpo no espaço.
1. Cruze o elástico pela sala, prendendo-o em cadeiras e bancos, e forme assim uma teia de aranha ou cama de gato, a uma distância de 30 cm do chão.
2. Convide as crianças a explorar o espaço, passando por cima do elástico, por baixo, rolando, pisando, esticando-o e vencendo sua resistência. Oriente-os a experimentar várias formas de movimentação voluntária, deixando a criança criar e sugerir novas possibilidades.
3. Coloque objetos diversos em lugares específicos e peça que a crianças recolha-os utilizando caminhos diferentes com trajetos longos, curtos, locomovendo-se pelo elástico de forma simples e também complexa.
4.Finalize pedindo que elas deitem sobre os elásticos, e que assim deixem que a resistência dele massageie o corpo. Peça que respirem lentamente e sintam os lugares que o elástico toca.
Dicas finais
A intenção da atividade é que a cada solicitação a criança seja convidada a reorganizar a movimentação já realizada e que assim resolva novas demandas. Uma outra dica é manter os elásticos amarrados durante a rotina normal de aula, e perceber como os alunos resolvem as situações que surgem, diante desse novo contexto.