QUEM É MEU ALUNO?
BAIXO DESEMPENHO
Os
alunos deste nível encontram‐se abaixo do ponto 450, ou seja, da faixa
400‐450 da escala de proficiência. As competências C1. Identificação de
letras do alfabeto e C3. Aquisição de consciência fonológica começaram a
ser adquiridas e estão em desenvolvimento neste nível. Em relação a C1,
na habilidade de distinguir palavras escritas com diferentes tipos de
letras, por exemplo, as crianças estão começando a conseguir estabelecer
correspondência entre uma mesma palavra escrita com letra de forma e
escrita com letra cursiva. Já no que diz respeito a C3, destacam‐se as
habilidades de identificar sílaba inicial e final. Em relação à leitura
propriamente, os alunos apresentaram a habilidade de ler palavras, a
qual faz parte da competência C5, Leitura de palavras e pequenos textos.
A habilidade de ler pequenos textos é bastante inicial, com a
localização de informações explícitas, por exemplo, em um curto
fragmento de narrativa. Vale notar um dado interessante no baixo
desempenho ainda no que se refere à leitura. Apesar da limitação nas
habilidades de leitura, há ocorrências de uma habilidade da competência
C7, Interpretação de informações implícitas em textos, que é mais
complexa: é a habilidade de inferir informações em textos,
especificamente em textos não verbais, sobretudo em tirinhas. Outra
habilidade que é muito inicial é a de identificar o local de inserção de
uma letra na ordem alfabética, a qual se relaciona à competência C10,
Implicações do gênero e do suporte na compreensão de textos.
DESEMPENHO INTERMEDIÁRIO
No nível
intermediário, os alunos se encontram exatamente na faixa 450‐500 da
escala de proficiência. Neste nível, a competência C1, Identificação de
letras do alfabeto, é consolidada, de modo que os alunos conhecem todas
as letras e tipos de letras (cursiva, de forma, maiúscula,
minúscula...). A competência C2, Uso adequado da página, apenas começa a
se configurar. Em relação a essa competência, neste nível, encontra‐se a
habilidade de reconhecer as direções da escrita (da esquerda para a
direita e de cima para baixo). Contudo, habilidades relativas ao uso
correto da página no que se refere ao respeito às suas margens e à
correta utilização das linhas ainda não ocorrem neste nível. A
competência C3, Aquisição de consciência fonológica, merece destaque,
uma vez que os alunos ampliaram a habilidade de identificar o número de
sílabas que compõe uma palavra, conseguindo, por exemplo, reconhecer
monossílabos como palavras compostas por apenas uma sílaba. Em relação a
essa competência ainda, o reconhecimento de sílabas canônicas (CV –
consoante‐vogal) no meio de palavra trissílaba começa a se configurar
neste nível. Ressalta‐se que as duas habilidades citadas são mais
complexas no processo de aquisição da consciência fonológica. A
competência C4, Reconhecimento da palavra como unidade gráfica, é também
consolidada neste nível, de forma que os alunos apresentam, por
exemplo, a habilidade de contar quantas palavras tem um texto e a
capacidade de identificar uma palavra específica em um texto.
Ressalta‐se que C4 é uma competência que pode ser desenvolvida muito
antes de os alunos estarem alfabetizados, de saberem ler e escrever
efetivamente. Assim, recomenda‐se o trabalho mais precoce com esta
competência no processo de alfabetização. É preciso destacar que, neste
nível, os alunos ampliaram suas possibilidades de leitura no que se
refere à competência C5, Leitura de palavras e pequenos textos. Eles já
lêem frases, começando a interagir com estruturas sintáticas mais
complexas. Quanto ao texto, iniciam‐se as habilidades de leitura de
textos curtos (especialmente de textos narrativos) de gêneros
familiares, como, por exemplo, fragmentos de contos de fadas ou de
contos modernos e de notícias. Há de se ressaltar também neste nível,
que a competência C7, Interpretação de informações implícitas em textos,
é ampliada, de forma que os alunos inferem informações não somente em
textos não verbais, como também começam a inferir informações em textos
verbais e mesmo começam a conseguir inferir o sentido de uma palavra ou
expressão em um texto. É importante destacar um ponto frágil dos alunos
deste nível: habilidades das competências C8. Coerência e coesão no
processamento de textos e C9. Avaliação do leitor em relação aos textos
têm baixa ocorrência neste nível. Em relação à C8, ocorrem as
habilidades, de recuperar o antecedente de um elemento anafórico (um
pronome) e de identificar, em um dado texto, a fala/discurso direto de
um personagem. Já no que se refere à C9, a habilidade de distinguir fato
de opinião é apenas iniciada. Quanto à competência C10, Implicações do
gênero e do suporte na compreensão de textos, os alunos começam a
desenvolver as habilidades de identificar
gêneros, no caso uma piada, e a de identificar a finalidade de gêneros como bilhete e uma campanha de utilidade pública. Toda a caracterização realizada para o nível intermediário nos permite afirmar que aqui os alunos apresentam habilidades de alfabetização. É necessário, no entanto, destacar que essas habilidades precisam ser ampliadas para que ocorra a consolidação efetiva do processo de alfabetização.
gêneros, no caso uma piada, e a de identificar a finalidade de gêneros como bilhete e uma campanha de utilidade pública. Toda a caracterização realizada para o nível intermediário nos permite afirmar que aqui os alunos apresentam habilidades de alfabetização. É necessário, no entanto, destacar que essas habilidades precisam ser ampliadas para que ocorra a consolidação efetiva do processo de alfabetização.
DESEMPENHO RECOMENDÁVEL
Os
alunos do nível recomendável situam‐se a partir do ponto 500, ou seja,
da faixa 500‐550 da escala de proficiência. Neste nível, os alunos
consolidaram a competência C3, Aquisição de consciência fonológica, de
forma que já demonstram domínio de habilidades mais complexas como a de
identificar sílaba inicial formada somente por vogal (sílaba V) e a de
identificar a sílaba medial de uma palavra trissílaba. As competências
C6, Localização de informações explícitas em textos e C7, Interpretação
de informações implícitas em textos, também se consolidam neste nível.
Como relação a C6, os alunos conseguem localizar informações em frases e
textos de gêneros diversos, até mesmo de textos que apresentam
informação numérica como tabela, gráfico e infográfico. Também
identificam, com maior desenvoltura, elementos da narrativa como tempo,
espaço, personagens e suas ações em contos de fadas, contos modernos,
lendas e história em quadrinhos, por exemplo. Contudo, têm ainda certa
dificuldade de reconhecer o conflito gerador de um texto narrativo.
Quanto à C7, os alunos deste nível são capazes de inferir informações e o
sentido de palavras e expressões em textos de diferentes gêneros como
propaganda, piada, tirinha, e campanha de utilidade pública. Demonstram
domínio da habilidade de identificar assunto de frases e textos de
gêneros diversos como verbete, reportagem, propaganda e bula. No
entanto, a habilidade de formular hipóteses sobre o conteúdo de um
texto, seja a partir do seu título ou de seu início, é pouco frequente
ainda neste nível. É importante ressaltar que, apesar de as competências
C8, Coerência e coesão no processamento de textos, C9, Avaliação do
leitor em relação aos textos, e C10, Implicações do gênero e do suporte
na compreensão de textos, terem sido consideravelmente ampliadas neste
nível de modo geral, ainda não se consolidam plenamente aqui. Com
relação à C8, a habilidade de recuperar o antecedente ou o referente de
um determinado elemento anafórico (especialmente as que se fazem como
pronomes) tem recorrência relevante neste nível. É também presente a
habilidade de identificar marcas linguísticas que evidenciam o
enunciador no discurso direto, contudo, as que evidenciam no discurso
indireto têm baixa ocorrência. São também pouco expressivas as
habilidade de estabelecer relações lógico‐discursivas (com destaque
somente para as relações de tempo) e de identificar efeito de sentido
decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e repetição. Nesta
última habilidade, há poucas ocorrências de identificação de sentido de
sinais de pontuação, em que se destaca o ponto de exclamação, e apenas
uma ocorrência de identificação de efeito de humor em uma piada. A
identificação de efeito de ironia não apresenta nenhuma ocorrência.
Quanto à C9, tem frequência relevante a habilidade de distinguir fato de
opinião, em especial, na identificação de opinião. A habilidade de
identificar tese e argumentos é menos expressiva, sendo que a
identificação de tese se destaca. Já a habilidade de avaliar a adequação
da linguagem usada à situação apresenta uma única ocorrência em que o
aluno deveria identificar marcas de oralidade em um texto escrito. Na
competência C10, a habilidade de identificar gêneros textuais diversos é
ainda pouco frequente. Tem maior recorrência a habilidade de
identificar finalidade de gêneros diversos como história em quadrinhos,
lenda, cardápio, curiosidade, manual de instruções e artigo, o que se
mostrou como sendo o mais difícil para os alunos. A habilidade de
reconhecer os usos sociais da ordem alfabética tem maior recorrência
neste nível, contudo, a identificação de suportes que são organizados
pela ordem alfabética, se limita ao reconhecimento do dicionário e não
de outros suportes como enciclopédia ou lista telefônica. Também, a
identificação do local correto de inserção de uma palavra no dicionário
se faz apenas a partir da observação da primeira letra. Pela
caracterização realizada, observa‐se que as crianças deste nível atendem
à meta estabelecida para o 3º ano de escolaridade: “Toda criança lendo e
escrevendo aos oito anos de idade”. Há que se atentar, no entanto, para
o fato de que as habilidades de leitura de textos precisam ser
ampliadas a fim de que as capacidades de leitura esperadas para o final
dos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental.
TUDO SOBRE A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
RIMAS
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Pesquisas
demonstram que a sensibilidade às rimas é um excelente indicador de um
nível inicial, básico, de consciência fonológica (Lundberg, Olofsson e
Wall, 1980; Muter, 1994).
FONEMAS INICIAIS E FINAIS
As
atividades apresentam às crianças a natureza e a existência dos
fonemas. As crianças devem ser estimuladas repetidamente a explorar,
comparar e contrastar o ponto e o modo de articulação. Muitas vezes é
preciso perguntar a elas: O que você está fazendo com os seus lábios,
sua língua, sua boca e sua voz ao produzir o som de (m), (b), etc. Os
fonemas iniciais são mais fáceis, por isso os fonemas mediais e finais
devem ser introduzidas posteriormente. CONSCIÊNCIAFONÊMICA
Compreender
como funciona o princípio alfabético depende de se entender que todas
as palavras são compostas por seqüências de fonemas. Os fonemas são mais
difíceis para as crianças perceberem ou conceituarem que as palavras ou
silabas. Eles são as menores unidades da língua, o que pode ser uma das
razões para que sejam difíceis de perceber. Assim, os fones são melhor
distinguidos pela forma como os fones são articulados do que pela forma
como soam. Por essa razão, deve-se estimular as crianças a sentir a
forma como sua boca e a posição de sua língua mudam em cada som. É
fundamental dar às crianças representações concretas e tangíveis para
diferenciar os fonemas.
Os
primeiros jogos usam palavras com apenas dois fonemas, possibilitando
que as crianças façam experiências com eles, tanto isoladamente quanto
combinados em contextos fonológicos mínimos. No segundo conjunto de
atividades, um novo fonema é acrescentado.
Após,
sua atenção passa a ser direcionada à estrutura dos encontros
consonantais. Esses jogos visam a desenvolver um nível de consciência
fonêmica que traz benefícios bem documentados e significativos a
pequenos leitores e escritores. Contudo, esteja ciente de que os
desafios da consciência fonêmica são bastante difíceis para algumas
crianças.
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