Campo Santo
Conto popular adaptado por Bia Bedran
O conto apresenta a história de um menino desobediente, teimoso
e mal educado. Ele não conseguiu cumprir as orientações que recebeu para não ter determinada atitude ou comportamento. Perto da casa desse menino havia um local chamado Campo Santo e ninguém podia entrar lá.
Os adultos diziam: “não vai lá, não pode entrar no Campo Santo”, mas o menino muito desobediente resolveu provar para todos que teria coragem de desrespeitar as proibições. Ele infringiu a regra e debochou: “aí não pode não, eu vou lá merrrmo”.
Certa noite, o menino abriu o portão enferrujado sozinho, entrou no Campo Santo e sentiu um arrepio. Ora ouvia uns barulhinhos estranhos, ora um silêncio, pois não havia ninguém ou uma sequer árvore para alguém se esconder. Atrevidamente, ele andou pelo lugar e quando ele chegou lá na frente fingindo não estar com medo, abaixou-se de propósito e defecou na areia. Após saiu andando todo orgulhoso na direção do portão enferrujado até que ouviu umas vozes cantando uma música estranha e incompreensível atrás dele:
“Oi cango, oi cango, oi timborê, tatê tatê, camburã bucha”.
Quando olhou para trás, viu que eram as suas fezes que cantavam. Assustado, ele começou a tremer de medo e a correr apressado para sair do Campo Santo, dizendo: “bem que me disseram, para eu não vim aqui”. Porém, quanto mais corria, mais as bolinhas das fezes dele o perseguiam e cantavam.
O menino ficou desesperado e na tentativa de fazer parar a cantoria, apertou os dejetos com as mãos e jogou-os no chão. A música cessou e, aliviado, levou as mãos ao rosto, sujando-se de fezes, sem perceber.
Por fim, todo fétido atravessou o portão do Campo Santo e nunca mais
ousou voltar por lá.